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AFP - O presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, anunciou nesta quarta-feira sua renúncia em função do escândalo dos motores a diesel adulterados para manipular os controles de poluição. “Estou consternado pelos acontecimentos dos últimos dias. Estou chocado com o fato de que condutas impróprias tenham ocorrido em tal escala dentro Grupo Volkswagen”, afirmou Winterkorn em um comunicado.
Seu substituto será escolhido hoje, segundo o Conselho de Fiscalização, que a princípio iria prolongar até 2018 o mandato de Winterkorn. O ex-diretor, que estava à frente da VW desde 2007, se reuniu com os cinco poderosos membros desse conselho na sede do grupo em Wolfsburg, para tirar conclusões da crise.
A Volkswagen admitiu na terça-feira ter equipado 11 milhões de carros em todo o mundo com um software de manipulação de dados de emissões de poluentes. Depois de dois dias, a desvalorização dos papéis da maior montadora do mundo chegou a 35% em relação à sexta-feira, quando estourou o escândalo. Mas, nesta quarta, o papel da Volkswagen na Bolsa de Frankfurt fechou em alta de 5,19%.
A espiral do escândalo atingiu vários países do mundo. A Itália anunciou que vai iniciar uma investigação, a França pediu uma apuração europeia e a Coreia do Sul convocou dirigentes da VW para esclarecimentos. O governo alemão ordenou um controle minucioso de todos os modelos da marca Volkswagen.
O caso foi descoberto nos Estados Unidos, que na última terça anunciou a abertura de uma investigação penal. Os softwares fraudulentos detectados em modelos das marcas VW e Audi nos Estados Unidos podem estar presentes em outras filiais, que conta com marcas como Seat, Skoda e Porsche.
A Volkswagen anunciou também que gastará 6,5 bilhões de euros no terceiro trimestre do ano para enfrentar as primeiras consequências do caso. Isso levará a empresa a ajustar suas metas de lucro para 2015.
“Apresento profundas desculpas aos nossos clientes, autoridades e a opinião pública por esta falta”, acrescentou o CEO, que indica não possuir neste momento "as respostas para todas as questões".
A justiça alemã abriu uma investigação preliminar ligada às acusações de manipulação das emissões de veículos, segundo um comunicado na promotoria de Brunswick. Em Berlim, a chanceler Angela Merkel chamou o peso pesado da indústria alemã, orgulho nacional com estreitos laços com a capital, a agir com “total transparência” sobre este caso.
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